Senador Plínio Valério critica STF e lamenta abstenção eleitoral em forte discurso no Senado

Brasília — Em um discurso acalorado no Senado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) expressou sua indignação com a recente decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações do ex-ministro José Dirceu na Operação Lava Jato. A decisão abriu a possibilidade de Dirceu até mesmo disputar a presidência em 2026.

Em meio às críticas, Plínio afirmou que o Brasil vive uma “ditadura do Judiciário” e que a alta abstenção nas eleições municipais reflete a descrença dos eleitores na justiça e no valor de seu voto.

Plínio direcionou sua fala à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, dizendo que o Senado não precisa mais investigar as causas da abstenção eleitoral, já que “o eleitor está descrente porque sabe que seu voto não vale mais nada diante dos desmandos de parte dos ministros do STF e da omissão do Senado em cumprir sua função constitucional de fazer o impeachment.

“Em apoio ao senador Sergio Moro (Podemos-PR), que também expressou preocupação com a situação do país, Plínio respondeu:

“Senador Moro pergunta: onde nós vamos chegar? Eu, tristemente, já tenho a minha resposta: já chegamos.”

O senador disse que a esperança no Senado se esgotou, e que a omissão da casa legislativa só reforça a necessidade de coragem para frear o que chamou de “desmandos do STF.”

Ele argumentou que apenas o Senado tem a competência para intervir na atuação dos ministros do Supremo e criticou a falta de ação de seus pares:

“Estamos no caos completo. Vivemos uma desordem, uma ditadura do Judiciário. Tristeza sim, decepção sim, mas tudo isso só nos encoraja a seguir nosso destino, e esse destino é criar coragem para impichar um dos ministros que se acham semideuses.

“Plínio afirmou que a confiança dos eleitores nas leis e na Justiça está abalada, levando-os a abandonar o exercício do voto. Ele compartilhou relatos de eleitores que questionam o valor de seu voto em meio à insegurança jurídica e às decisões do STF que, segundo ele, indicam desrespeito à vontade popular.

O senador também fez referência ao ministro Alexandre de Moraes, questionando a qualidade que ele teria a mais do que os senadores: “Estamos aqui respaldados pelo voto popular. Eles, indicados, estão lá sem voto e não podem sair pelo voto.”

Plínio destacou a necessidade de o Senado assumir seu papel e assegurar que a Justiça seja aplicada de forma equitativa.Em tom de advertência, concluiu que a história irá cobrar os excessos e a omissão tanto dos ministros do STF quanto do próprio Senado:

“Tudo isso que eles fizeram, a história vai cobrar. São desmandos, são erros. E a família dos inocentes que morreram em cárcere, o que devem estar pensando de tudo isso?”

Confira:

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